sábado, 13 de agosto de 2011

'Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!'



'Tu não és para mim senão uma pessoa inteiramente igual a cem mil outras pessoas. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...

Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fossem música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando tiveres me cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual..

Assim o pequeno principe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

-Ah! Eu vou chorar.

-A culpa é tua - disse o proncipezinhos - Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...

-Quis-disse a raposa.

-Mas tu vais chorar! - disse ele

- Vou- disse a raposa

- Então, não terás ganho nada!

- Terei sim-disse a raposa- por causa da cor do trigo.


Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.'






O Pequeno Príncipe

Nenhum comentário:

Postar um comentário